domingo, 27 de julho de 2008

Renda Básica de Cidadania: Herança universal

Gostaríamos de compartilhar com todos algumas reflexões que julgamos relevantes ao entendimento que conseguimos chegar somente depois de iniciarmos efetivamente o processo de informação sobre a Renda Básica junto a comunidade de Paranapiacaba, e graças principalmente ao questionamento destas pessoas.

Conversando com os futuros "beneficiados" pelo projeto pudemos confirmar a importância da incondicionalidade e igualdade para a Renda Básica; e desenvolver um pouco mais a idéia de uma herança universal.

Esta experiência tem nos mostrado que a rejeição a condicionalidade da renda não se aplica só aos mais "abastados"; ninguém, absolutamente ninguém, quer ser discriminado, especialmente por sua condição socioeconômica, seja esta considerada baixa ou alta. Muitas vezes, a adesão ao projeto só ocorre quando explicamos que este não é um projeto só de assistência social, ou meramente um complemento de renda. 

Contudo o fenômeno que quero relatar vem no momento imediatamente posterior: quando afirmamos o seu caráter de direito e apresentamos a questão da renda sobre o prisma da herança universal.

Até o presente momento tínhamos tratado a questão apenas do ponto de vista do direito desta geração de desfrutar a riqueza produzida por seus antepassados. Porem quando passamos a enfocar a questão sob o ponto de vista das gerações futuras, algo de muito especial tem ocorrido na percepção de muitas pessoas, inclusive a nossa.

Tentando entender o que está acontecendo cremos ter nos deparado com uma noção que poderia transmitir em palavras toda a necessidade da Renda Básica ser reconhecida como direito universal.

Quando falamos de Humanidade e ser humano comumente nossa noção é essencialmente biológica, de espécie. Porem quando passamos a reconhecer o direito de todos de partilhar a riqueza de nossos ancestrais, quando ampliamos a noção de um direito particular amplamente reconhecido no âmbito familiar, para o âmbito universal, estamos modificando a forma como as pessoas pensam a condição humana, modificamos o conceito de Humanidade, ou melhor, o compreendemos em um significado maior.

Numa sociedade livre só somos iguais não quando obrigamos todos a viver nas mesmas condições, mas quando permitimos que todos tenham acesso a riqueza dos nossos antepassados comuns.  Se queremos ter a fraternidade entre todos os seres humanos precisamos reconhecer o direitos que todos irmãos tem de compartilhar da riqueza. Obviamente não a riqueza que compete a cada um por seu trabalho ou do trabalho de seus pais, mas aquela que é produto da família humana.

Neste sentido também é importante ressaltar que esse direito de nossa geração usufruir a riqueza de nossos ancestrais é também imediatamente percebido como dever em relação aos nossos descendentes.

Arrisco-me, portanto em afirmar que não é possível a realização dos ideais de igualdade e fraternidade sem o reconhecimento do Direito Universal a Renda Básica.

Bruna A. Pereira e Marcus Vinicius B. dos Santos

 

Renda e Hobbes

A Renda Básica de Cidadania

 

"O direito de toda e qualquer pessoa não importa a origem, raça, sexo, idade e condição civil, ou mesmo socioeconômica de participar da riqueza da nação através de uma renda (...) suficiente para atender as necessidades vitais de cada um."

Eduardo Matarazzo Suplicy

 

Direito Universal da Humanidade

 

Se toda cultura humana fosse hoje destruída, se todo o conhecimento que o homem construiu ao longo da História se perdesse, e o homem voltasse a seu estado primitivo, não seria ele apenas mais um animal? Um animal racional lutando entre tantos outros, pela sua sobrevivência?

Dentro de nós ainda estaria todo nosso potencial humano; mas quantos milhares de anos precisaríamos para tornar manifesto novamente que somos muito mais do quê animais? Quanto tempo precisaríamos para abandonarmos mais uma vez o Estado Natural e reconstruirmos o Estado que nos permite realizar toda nossa humanidade?

Quanto precisaríamos para nos tornar plenamente humanos, reconstruirmos nossas civilidade, nossas civilizações? Nos apropriarmos novamente da nossa evolução, transmitindo nosso legado não apenas pelos genes, mas através da maior invenção humana: a Educação. Quantas lutas, quantos conflitos, quantos sacrifícios mais precisaríamos para podermos realizar neste mundo, tudo o que somos: Humanos.

A Humanidade é nossa essência e nada, nem ninguém pode tomá-la. Porém a sua manifestação, o seu exercício, não ocorre naturalmente sem o esforço e sacrifício dos próprios homens.  A Humanidade é um processo de evolução, de constante aperfeiçoamento, que se principia quando abdicamos da violência, quando abandonamos nosso estado primitivo e constituímos a Polis, o Estado Civil; e que cessa toda vez que somos obrigados a lutar violentamente por nossa vida, a nos valer dos nossos instintos para sobrevivermos.

A guerra e a miséria são condições desumanas, porque destroem o estado civil, reduzindo o homem a sua condição mais primitiva. O processo de desumanização promovido nestes estados de desgraça, não impede apenas a realização humana dos indivíduos envolvidos, mas de todos, porque a humanidade não se realiza no plano individual, mas no coletivo.

A Humanidade é um estado de espírito que só manifesta nas relações humanas. Uma condição que só se realiza quando as pessoas podem abdicar de seu estado primitivo, onde a violência é natural, e constituir em comum acordo um estado de paz: o Estado Civil, tornando os semelhantes mais próximos, naquilo a quê chamamos CIDADANIA.

Mas, será que ainda hoje, não existem seres humanos postos em condições de se verem obrigados a lutar violentamente pela sobrevivência, às vezes até uns contra os outros?  E não me refiro às guerras longe dos nossos olhos, mas da miséria que bate na nossa porta; cai em nossas calçadas; pede dinheiro nos faróis; e às vezes irrompe em ódio puro contra inocentes. Ou serão mesmo invisíveis, as pessoas que vivem entre nós?

Ao observar o comportamento humano principalmente nos grandes centros urbanos, podemos verificar a capacidade humana de suportar as mais adversas condições, principalmente psicológicas. A capacidade que temos de nos desligar de uma realidade insuportável, não apenas para quem sofre, mas para quem a presencia. Sim, o processo de desumanização não está somente no indivíduo privado da dignidade, mas naqueles que também são obrigados a assistir cotidianamente o sofrimento de seu semelhante, até o ponto da completa desensibilização.

Talvez no plano da sociedade, o maior dano causado pela miséria é a promoção de um estado coletivo de indiferença. Pergunto-me muitas vezes, qual será o efeito ao psicológico de uma criança esta negação cotidiana desse instinto tão primário de coletividade, presente até mesmo nos animais mais selvagens?

Peço então que olhemos para nossos semelhantes e consideremos seriamente a sua condição humana. Não com indiferença, nem tão pouco com misericórdia, ou piedade, pois estes sentimentos são apenas o outro lado da moeda da discriminação. Implícito a todo sentimento de pena, há um sentido de superioridade imperceptível àquele que sente, mas terrivelmente humilhante e ofensivo à dignidade daquele que assim é visto. Olhemos então para as pessoas, estas ou aquelas, simplesmente como elas são: pessoas, iguais a nós em essência, diferentes talvez em condição.

Alguns talvez perguntem: mas não seria esta condição uma escolha? Certamente que sim onde as oportunidades mínimas são dadas a todos. Mas são estas oportunidades mínimas realmente dadas a todos?  Contudo, por hora, esqueçamos a questão da igualdade e imaginemos que não seja a justiça imprescindível ao Estado Civil. Tomemos então esse mundo imaginário sem justiça apenas sob o prisma das causas e conseqüências: Neste mundo, quê diferença faz para aquele que perde sua vida com violência se quem a toma foi ou não premido pela necessidade ou pela ganância? Quê diferença faz se a condição miserável que leva uma pessoa a violência é culpa dela ou não?

Neste sentido, a questão é meramente de raciocínio: Devemos acreditar ingenuamente que os miseráveis façam o favor de minguar até a morte na sua fome e miséria sem nos perturbar? Ou devemos nos armar e nos trancar em nossas casas, vivendo em eterno estado de sítio, onde cada desconhecido é um suspeito? Não seria mais inteligente garantir as condições para evitarmos que ninguém atente contra outro ser humano premido pela necessidade? Claro, existirão ainda pessoas que atentarão contra a vida por outros motivos, mas quanto aos necessitados, não seria melhor tirá-los das condições que podem levá-los a marginalidade? Considerando a questão apenas do ponto de vista prático, não seria melhor para todos retirarmos ao menos estas pessoas dos números da violência?

Porém voltando ao estado civil de fato, onde a Justiça é fundamental: não seria melhor termos a certeza que ninguém chegou a essa condição marginal por falta de escolhas, ou pior, premido por suas necessidades vitais? Nossos juízos e julgamentos não seria mais justos se tivéssemos a certeza absoluta que ninguém foi condenado por um crime que talvez jamais ocorresse em outras circunstâncias? Ou por outro lado que indivíduos torpes não poderiam se esconder atrás das brechas da desigualdade social?

Entretanto não devemos limitar nosso entendimento da Renda Básica de Cidadania, as questões da justiça nem tão somente da distribuição de renda compensatória. Seja como compensação das desigualdades históricas, seja como uma compensação a instauração da propriedade privada. A Renda Básica de Cidadania não deve ser vista apenas como um programa de distribuição de renda,mas como um direito universal e tão natural quanto à própria propriedade privada enquanto consideradas em seu sentido de a condição material mínima para a subsistência do ser humano.

A Renda Básica de Cidadania deveria está explicitamente manifesta entre os Direitos Universais do Ser Humano porque não é um direito ao ócio, mas o direito à condição mínima necessária para viver, aprender e trabalhar. Dentro do processo de humanização, mais do que a garantia de um princípio de Justiça, é a garantia da própria natureza humana, a medida que fornece as condições mínimas à negação do estado animal de luta  pela sobrevivência. Um aperfeiçoamento do processo evolutivo em direção a manifestação plena do espírito humano nos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade que embasam o conceito de cidadania. A Liberdade na incondicionalidade. A Igualdade na indiscriminação. E a Fraternidade no direito a herança universal.

A Renda Básica de Cidadania e a Liberdade

Penso que existe muitas formas de se desumanizar uma pessoa; destaco três: a miséria, a imposição e o condicionamento.

A miséria toma as oportunidades.

A imposição impede a ação.

E o condicionamento destrói o livre pensar.

Por terem a mesma natureza de cerceamento das escolhas que um ser humano pode fazer ao longo da vida, são o que há de mais nocivo à liberdade.

Os dois primeiros problemas são claramente ao longo da historia combatidos por todas as pessoas preocupadas com a humanidade. Contudo o condicionamento do comportamento ainda é muitas vezes confundido com educação.

Quero reafirmar com isso a importância da incondicionalidade da Renda Básica de Cidadania não apenas porque é um direito, o que já bastaria, mas porque o condicionamento do recebimento da renda a adoção de um determinado comportamento pode ser visto quase como um ato de adestramento por recompensa, ou no mínimo uma  compra do exercício da cidadania. Mas sobretudo porque O condicionamento cerceia a liberdade no plano mais significativo da natureza humana: o da Vontade e Consciência.

Não podemos transferir aquele que é o credor das oportunidades, nosso dever, nos eximir daquela que é a maior obrigação de um ser humano para com o outro: a transmissão da Cultura. Aqueles que conseguem exercer seus direitos sem precisar de imposições nem recompensas, tem o dever de transmitir e garantir a todos essa mesma condição, e  exatamente pelo mesmo meio que a recebeu, alias o único: a educação.

Não quero com isso desmerecer as ações de distribuição de renda do presente e passado, porem a distribuição de renda sem universalidade, não garante igualdade nem   fraternidade; e feita por mando ou recompensa fere a liberdade.

E agora não me refiro apenas a exigência de contrapartidas dos beneficiários, mas a de contribuições compulsórias dos investidores. A renda básica de Cidadania deve preferencialmente ser instituída pela livre iniciativa, sem a criação de impostos.

O exercício da cidadania deve ocorrer em todos os planos, tanto dos investidores,

quanto dos beneficiários, sob o mesmo signo da Liberdade.

A miséria só será extirpada do Mundo, não com a simples  distribuição de renda, mas sim com a instituição da Renda Básica de Cidadania. Pois  a garantia do direito de todo ser humano de compartilhar da riqueza da Humanidade com o mínimo necessário a sua existência. não apenas garantiria as condições materiais do exercício da cidadania mas também as condições conceituais para estado pleno de liberdade, igualdade e fraternidade.

 

 

 

 

terça-feira, 15 de julho de 2008

Manifesto da Renda Básica de Cidadania

"O direito de toda e qualquer pessoa não importa a origem, raça, sexo, idade e condição civil, ou mesmo socioeconômica de participar da riqueza da nação através de uma renda suficiente para atender as necessidades vitais de cada um."

                                                                               Prof. Eduardo M. Suplicy

                                              

A Renda Básica de Cidadania é de importância fundamental a integração social, promoção da Paz e Credibilidade do País. Seu caráter incondicional, de direito ao que é vital (sobrevivência e liberdade), elimina a descriminação socioeconômica em todos os âmbitos, diminuindo a segregação e exclusão social, e interrompendo assim o ciclo vicioso da pobreza, descrédito, insegurança e violência.

Por ser direito constitucional de garantia a liberdades fundamentais a todos, sua importância vai muito alem das políticas de assistência social compensatórias, configurando-se verdadeira política de Segurança Pública, ao combater a violência diretamente em sua principal causa: a desagregação da sociedade, advinda da miséria e tensão social gerada pelos preconceitos socioeconômicos.

A Renda Básica de Cidadania representa avanço significativo no combate a pobreza, ao promover inclusão social sem alimentar ainda mais a ideologia da luta de classes pela descriminação entre pobres e ricos; e, sobretudo sem gerar dependência e acomodação, quebrando a armadilha do desemprego e as relações clientelistas. Estimulando assim a livre iniciativa através da recuperação do respeito (por si e as diferenças), advinda da materialização da confiança e reciprocidade: o crédito.

Este sistema que substitui o paradigma das relações oportunistas das vantagens, pelo o das relações de confiança e reciprocidade se constitui verdadeiro processo de Educação para a Cidadania através do melhor método que existe: o exemplo cotidiano. Resgatando a ética da competitividade, onde o sentido fundamental da competição, não é o de vencer a qualquer custo, mas o de preservar o jogo competitivo. E promovendo o entendimento da função primordial do dinheiro de credito incondicional. Processo educativo que fortalece o ciclo ético da cooperação competitiva que gera e sustenta o valor essencial a existência e desenvolvimento dos sistemas monetários, econômicos e políticos: a Credibilidade.

Este resgate da verdadeira ética dos Mercados, dos valores essenciais, dos ciclos virtuosos da confiança e responsabilidade social, que resultam no cumprimento voluntário dos contratos e deveres e no respeito às diferenças e aos bens individuais e comuns, tão essenciais a coesão da sociedade livre, representa não apenas importante instrumento de fomentação da cidadania e desenvolvimento, mas superação do paradigma autoritário da repressão e coerção pelo da ética republicana e democrática.

Economicamente a Renda Básica De Cidadania não é só uma solução para integração da cadeia econômica de produção e consumo, mas na qualidade de incentivo ao desenvolvimento da livre iniciativa, é crédito incondicional para a inserção socioeconômica de todos, constituindo-se também, como aprimoramento à regulação do mercado, tão importante quanto às leis de monopólio, por estabelecer limites reais para a exclusão dos indivíduos do mercado.

A Renda Básica De Cidadania significa instauração de uma Sociedade mais justa em condições e julgamentos, e a restauração e aprimoramento pragmático dos valores iluministas, republicanos e democráticos. Porém o seu maior mérito conceitual é o de prática de novo paradigma de evolução e desenvolvimento que supera o reducionismo biológico que supõe a evolução humana idêntica a animal. Paradigma individualista, onde a seleção natural dos homens se faz somente pela competição entre os indivíduos mais aptos, e não pela supremacia da cooperação de grupos humanos mais competitivos. Grupos onde justamente a confiança, solidariedade e reciprocidade fortalecem o respeito à organização e os dotam da superioridade seletiva que é o fator determinante do desenvolvimento da humanidade: a cooperação competitiva.

Entretanto de todos os méritos da Renda Básica De Cidadania é seu valor prático de ação direta para acabar com a pobreza e a violência, libertando todos, absolutamente todos, da condição miserável em seu sentido mais amplo. Condição miserável que é tanto a de viver com medo de não ter o suficiente para sobreviver, quanto o medo de ser morto ou ter que viver preso e escondido por ter mais. Porque o pior tipo de pobreza é a absoluta, onde o sofrimento não advém dos outros terem demais, mas de se ter de menos, sobretudo Liberdade.

Uma sociedade justa não é aquela que impõe igualdade, mas aquela que dispõe igualmente. A igualdade justa só nasce da liberdade, porque assim como ninguém pode obrigar uma pessoa a partilhar o que é seu, ninguém pode impedir que a pessoa compartilhe o que é dela e colha os frutos dessa união. Esta visão fraternal da Humanidade, inclusive como o direito de receber, partilhar e legar a riqueza como uma herança de todos para todos, faz da Renda Básica De Cidadania direito universal do ser humano tão importante quanto o direito a propriedade.

Já é mais do que a hora do brasileiro investir no brasileiro e do ser humano confiar no ser humano. O direito universal de cada um é automaticamente o dever de todos. Não podemos desperdiçar essa oportunidade rara na história. A Paz é a mais importante das condições humanas, e todas as ações que libertam o ser humano da insegurança e violência são essenciais à Humanidade, não devemos esperar mais, instituamos já a Renda Básica De Cidadania pela ação democrática da livre iniciativa.

 

* se é que também no mundo animal a cooperação não represente estratégia de sobrevivência mais eficaz que a da força individual

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A Magia de Paranapiacaba

Eduardo Matarazzo Suplicy

No ínício deste ano, fui procurado por Bruna Augusto Pereira e Marcus Vinicius Brancaglione dos Santos, a Presidente e o Coordenador do Instituto pela Revitalização da Cidadania, ReCivitas, uma Organização Não Governamental de Paranapiacaba, distrito de Santo André, fundada em 2006, com o objetivo de realizar ações que possam elevar o grau de cidadania dos aproximadamente 1300 habitantes locais.

Primeiro criaram uma Biblioteca Livre. Os livros doados são emprestados sem burocracia, na confiança, pelo tempo necessário para sua leitura. Hoje a Biblioteca tem 1.200 livros. Depois foi a vez da Brinquedoteca Livre, para as crianças utilizarem brinquedos emprestados. Se quebrarem é solicitado aos pais a sua reposição.

Agora Bruna e Marcos querem mais. Após assistirem uma palestra minha sobre a Renda Básica de Cidadania - RBC e lerem meus livros disseram-me que a ReCivitas gostaria de iniciar uma experiência pioneira. Para isso, foi criado um Fundo Permanente da RBC do Terceiro Setor visando viabilizar o pagamento de uma renda igual para todas as pessoas de Paranapiacaba, de início modesta mas com o tempo suficiente para atender as necessidades vitais de cada pessoa.

Ouviram-me falar da experiência pioneira que se iniciou desde janeiro de 2008 em Otjiviero/Omitara, um assentamento de 1005 habitantes da Capital Windoeck, da Namíbia, em que todas as pessoas passaram a receber uma renda básica de cem dólares da Namíbia, equivalentes a US$ 12,50 por mês. A cada seis meses seus efeitos serão cuidadosamente estudados. Foi a Coalisão pela Renda Básica da Namíbia, liderada pelo Bispo Zephania Kameeta, que levantou os fundos voluntários de pessoas físicas e jurídicas que viabilizaram esta iniciativa.

Apresentei-os ao Prefeito João Avamileno, de Santo André; ao Ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social, onde estiveram com a Sub-Prefeita de Paranapiacaba. Ambos concordaram com a idéia. Em reunião realizada no Teatro União Lira Serrano, daquela vila histórica, os cerca de 450 moradores presentes ao debate também aprovaram a proposta.

O primeiro passo foi dado. Em 11 de julho, no Hotel Tryp Iguatemi by Sol Meliá, em São Paulo, que doou o espaço e ofereceu o café da manhã, foi realizada, com sucesso, uma reunião com potenciais doadores. É possível que Paranapiacaba, conforme diz a sua poeta maior, Francisca Cavalcanti de Araújo, se torne mais mágica ainda:

"Aqui a vila é mágica

A vila aparece

E desaparece

Tem dia que você vê o morro

Tem dia que você não vê nada

Parece o grande caldeirão

Que você põe para esquentar

E a fumaça vem

Para a Vila apagar

Tem bruxa no pedaço

Com sua vara de condão

E põe fogo no fogão.

A fumaça aparece

A vila desaparece

Como num passe de mágica

O morro a sumir

A fumaça a perseguir

O dia não passa

Nem as horas

Só fica a fumaça

Na cidade mágica."

Artigo será publicado na revista Revista Caros Amigos de Agosto de 2008

sexta-feira, 11 de julho de 2008

É lançado Fundo Permanente da Renda Básica de Cidadania

E já conta com contribuições

 

O Fundo Permanente criado para pagar a Renda Básica de Cidadania foi oficialmente lançado em café da manhã realizado no Hotel Tryp Iguatemi by Sol Meliá em São Paulo.

O evento dirigido para os futuros investidores foi apresentado por ninguém menos que o próprio autor da lei 10.835/2004 que institui a RBC Senador Eduardo M. Suplicy e o coordenador do Centro de Estudos do Terceiro Setor da FGV Prof Luiz Carlos Merege, além da equipe de elaboração do Projeto. O ReCivitas.

Além dos empresários, bancos, e outras ongs estiveram presentes ao lançamento a embaixada britânica, o Prefeito de Santo Antonio do Pinhal e  representantes da Prefeitura de Campinas e claro Santo André que abriga a vila de Paranapiacaba que a primeira comunidade que será contemplada pelo Fundo.

Embora o evento fosse apenas de lançamento, muitos entusiastas da RBC fizeram questão de contribuir para a sua formação antes mesmo de conhecer todos os detalhes do Projeto. Segundo o coordenador do Projeto, tamanha confiança se deve a credibilidade  dos Prof. Suplicy e Merege,  e são a prova de que o povo brasileiro não apenas quer receber a RBC mas que está disposto a pagar por ela. Ainda segundo o coordenador a maior prova disto é o fato destas contribuições serem de pessoas físicas que não contam com nenhum beneficio fiscal, "doaram simplesmente porque acreditam na RBC."

E quem foi a primeira pessoa a fazer sua contribuição voluntária para instituir a RBC? Seu nome é Celina Marrone, e fez sua doação em nome da ONG Movimento Voto Consciente, seguida por vários outros presentes.

Para a presidente do ReCivitas a questão agora é quem será a primeira empresa a tomar parte no Fundo. Para ai sim retomarmos o dialogo com o governo Federal e o Ministério do desenvolvimento Social. Achamos que esta é a melhor forma de dar a nossa contribuição para que o governo faça a transição do Bolsa-Famíla para o Renda Básica de Cidadania.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A primeira experiência pioneira da Renda Básica de Cidadania no Brasil poderá se tornar realidade em breve na vila de Paranapiacaba

Prezados
 
Nesta sexta-feira, 11 de julho, no Hotel Tryp Iguatemi by Sol Meliá, Rua Iguatemi, 150, Itaim Bibi, São Paulo, SP, às 8:30 hs, haverá um evento que poderá significar a realização da experiência pioneira de uma Renda Básica de Cidadania no Brasil.
 
O Instituto pela Revitalização da Cidadania, o Recivitas, resolveu convidar os diretores e representantes das empresas que de alguma maneira têm responsabilidade pela preservação do patrimônio ecológico e histórico de Paranapiacaba, assim como pessoas físicas e jurídicas em geral que desejem apoiar esta iniciativa, para colaborarem voluntariamente com vistas à constituição de um Fundo Permanente de Cidadania. É a intenção do Recivitas realizar um projeto não governamental que haja em parceria com a sub-prefeitura de Paranapiacaba, distrito do município de Santo André, com o governo do Estado de São Paulo e, em especial, com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Governo Federal. Pois o objetivo é dar os passos para a implantação, por etapas, a critério do Poder Executivo, da Renda Básica de Cidadania, o direito de todas as pessoas, não importa a sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou mesmo sócio-econômico, de participar da riqueza da nação através de uma renda, igual para todos, que na medida do possível atenderá as necessidades vitais de cada uma, conforme prevê a Lei 10.835/ de 2004, aprovada pelo Congresso Nacional por todos os partidos políticos e sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 8 de janeiro de 2004
 
Assim como as primeiras experiências de renda mínima associadas à educação, ou bolsa-escola, se inciaram localmente, em Campinas, no Distrito Federal, em Ribeirão Preto, em Belo Horizonte, em Belém, em Santo André, em São Paulo, em Mundo Novo e tantas outras cidades, também será possível que a Renda Básica de Cidadania se inicie em comunidades, vilas, cidades ou estados, até que se torne uma realidade nacional.
 
No Estado do Alasca há uma experiência bem sucedida há mais de 25 anos em que se paga a todos os seus habitantes, alí residentes há uma ano ou mais, um dividendo anual que variou desde uns US$ 300,00 no início dos anos oitenta até US$ 1.654,00 no ano de 2007. Isto fez do Alasca o mais igualitário dos 50 estados norte-americanos. Nos países em desenvolvimento, iniciou-se em 2008 uma experiência inédita na Namíbia, na vila de Otjiviero, Omitara, um assentamento rural onde moram aproximadamente 1.000 pessoas que, a partir de janeiro desse ano, começaram a receber cem dólares da Namíbia, equivalentes a US$ 12,50 por mês. A cada seis meses se fará uma cuidadosa avaliação, por pelo menos dois anos dos efeitos dessa experiência. A iniciativa é da Coalizão por uma Renda Básica na Namíbia que reune muitas organizações ligadas às igrejas, às centrais sindicais e a inúmeras entidades civis em defesa da cidadania. Também lá houve a contribuição voluntária de inúmeras empresas e pessoas que resolveram prover fundos voluntariamente, dos mais diversos valores, para que a experiência se realizasse. 
 
Todos interessados são convidados. Ressalte-se que o Hotel Tryp Iguatemi by Sol Meliá resolveu oferecer o seu auditório e o café da manhã aos convidados como uma contribuição voluntária, pois seus proprietários consideraram meritória a iniciativa da Recivitas.
 
O abraço amigo, com muita esperança de que em breve a Renda Básica de Cidadania se tornará uma realidade no Brasil,
 
Senador Eduardo Matarazzo Suplicy
 
 

sexta-feira, 4 de julho de 2008

CONVITE AOS EMPRESARIOS

No dia 11 de Julho de 2008; as 8h, no Hotel Tryp Iguatemi by Sol Meliá à Rua Iguatemi,150 (Itaim Bibi) pois será o LANÇAMENTO do

 

FUNDO PERMANENTE DA RENDA BASICA DE CIDADANIA do TERCEIRO SETOR

 

Com a presença dos professores de economia Eduardo M. Suplicy e Luiz C. Merege da FGV, que irão apresentar aos 150 maiores empresários do país o projeto pioneiro, de direito incondicional, da criação do Fundo de Investimento para a implantação imediata da Renda Básica de Cidadania a todos os moradores da Vila histórica de Paranapiacaba.

 

Para este Fundo inicial de R$ 7 Milhões que deverá ser aplicado pelo Conselho de Investidos na Macro Região do ABC Paulista e São Paulo, preve-se

  • Auditoria Externa,
  • Administradora Financeira,
  • Monitora Jurídica,
  • Prestadora de Contas (Ag. de Comunicação e Publicidade) e,
  • de um Banco com expertise em aplicações.

Estamos abertos a esclarecimentos e propostas.

A sua presença é importante, por favor confirme sua presença no recivitas@recivitas.org.br ou (11) 5548.3908

 

Atenciosamente,

 

Bruna Augusto Pereira

Presidente ReCivitas